Depois de integrar um dos mais brilhantes e inovadores projetos vitivinícolas e enoturísticos do Douro, a família Mansilha Branco reabilitou o núcleo agrícola e centenário da família para lhe imprimir uma nova identidade alicerçada na tradição e autenticidade, com olhos postos num futuro pintado de cores brilhantes. A Quinta dos Muros inaugura um novo capítulo com o lançamento dos seus primeiros vinhos de autor, com assinatura enológica de Jorge Alves.
Nova Temporada
A Quinta dos Muros, nas mãos da família Mansilha Branco desde 1881, despoletou um verdadeiro carrocel vínico no Douro. Situada na encosta nascente do vale do rio Pinhão, entre 235 e os 550 metros de altitude, esta propriedade testemunha a produção de vinho do Porto pelas mãos das sucessivas da mesma família, que o vendia a algumas das mais preminentes companhias de Vila Nova de Gaia. A partir de 1974, fica registado o início da conservação de algum vinho na sua posse, para gerar uma reserva crescente. Esta ação permitiu-lhes, no início do século XX, um negócio próprio dedicado à produção e comércio de vinhos do Porto e DOC Douro, a sociedade Quinta do Portal.
Com a recente venda da Quinta do Portal ao grupo The Fladgate Partnership, a família Mansilha Branco volta a trabalhar o núcleo agrícola e afetivo da família, sendo agora o centro de um novo ciclo independente que alia tradição e inovação, conferindo-lhe uma identidade própria focada na autenticidade dos seus vinhos e azeite.
O novo projeto da família congrega duas quintas contíguas: a Quinta dos Muros (28 hectares) e a Manuelas (11 hectares). No seu conjunto, as propriedades apresentam uma orografia que se estende desde os 550 metros até às margens do rio Pinhão e apresentam-se dispostas em socalcos e patamares com diferentes exposições solares. A maioria das vinhas são compostas por castas tintas, com destaque para a parcela M7, que reúne 29 castas distintas.
Como referiu Pedro Mansilha Branco: “esta nova fase marca o arranque de um reposicionamento estratégico e sustentável, assente na valorização do território, na expansão da produção e na projeção internacional da marca”.
As primeiras colheitas deste novo capítulo resultaram em três produtos: o Quinta dos Muros Rosé, o Quinta dos Muros Tinto e o emblemático Quinta dos Muros M7 – que apenas chegará ao mercado em 2026. Nas palavras do enólogo Jorge Alves, que retomou a colaboração com a família após trinta anos: “Todas estas referências revelam a nossa identidade, marcada pelo respeito pela origem e pelo terroir que nos inspira”.
A produção está limitada a um total de 14 mil garrafas que podem variar entre os 12 e os 130 euros, o que ilustra bem o carácter exclusivo e muito particular da produção.
O que trará o futuro
Durante o corrente ano terão início as obras de reabilitação, num total de 1 milhão de euros, do património já edificado com o objetivo de albergarem um parque de barricas e salas de prova para receção de convidados. No próximo ano está igualmente previsto o lançamento de um vinho branco de uvas tintas.
Num vetor distinto, a Quinta dos Muros pretende consolidar os mercados em que já está presente como Suíça, Luxemburgo e Brasil e, como referiu Pedro branco, “prepara-se agora para reforçar a sua atuação em destinos estratégicos como os Estados Unidos da América, Canadá, Dinamarca, Suécia, Inglaterra e Hong-Kong”.
Artigo inicialmente publicado na revista Vinhos Grandes Escolhas nº 102 de outubro 2025


