Mind the Glass
Credits: CVRVV

Ficha da Casta

Variedade

Branca

Sinonímia

Arinto, Arinto Branco, Arinto Cercial, Arinto d’Anadia, Arinto Galego, Arintho, Azal Espanhol, Chapeludo, Pedernã, Pedernão, Pedreña (ESP) e Terrantez da Terceira.

Variedades erradamente identificadas com a Arinto de Bucelas

Arinto Branco (Loureiro), Arinto de Alcobaça (Bical), Arinto Cachudo (Dorinto), Arinto de Colares, Arinto de Trás-os-Montes (Dorinto), Arinto do Dão (Malvasia Fina), Arinto do Interior (Dorinto), Arinto dos Açores (Sercial), Arinto Gordo (Tamarez), Bical, Dorinto, Folgazão, Loureiro, Malvasia Fina, Riesling, Sercial e Tamarez.

Origens

É, muito provavelmente, uma casta originária da região de Bucelas, a Norte da cidade de Lisboa. A casta foi pela primeira vez mencionada por Vicêncio Alarde, em 1712, no primeiro tratado de viticultura português intitulado “Agricultura das Vinhas e de Tudo o Que Pertence ao Lias até ao Perfeito Recolhimento do Vinho”.

Mais tarde, em 1788, Brothero também se refere à casta como tendo bagos pequenos e elevada acidez. No ano de 1790, Constantino Lobo referiu-a no Minho com o sinónimo de Pedernã, na obra “Memoria sobre a Cultura das Vinhas em Portugal”. Em 1791, Vicente Correia Silva e Telles situa a casta na Beira, no Douro e na Estremadura, no livro “Memoria sobre a Cultura das Videiras e a Manufatura dos Vinhos”.

No ano de 1867, João Ferreira Lappa, na obra “Technologia Rural”, encontra-a em Évora, Arruda, Torres Vedras, Colares e Carcavelos.

Em 1900, José Taveira de Carvalho Meneses refere a implantação da casta em Bucelas e Portalegre.

Rolando Faustino, após estudar a diversidade morfológica, aponta-a como uma das variedades mais antigas de Portugal e refere que a expansão da casta fez-se para Norte, primeiro para a zona da Bairrada e depois para a região dos Vinhos Verdes.

Em 1999, um grupo de investigadores liderado por Lopes descobriu que a Arinto de Bucelas é geneticamente muito próxima da Trajadura.

Características

A Arinto de Bucelas apresenta um vigor e produtividade muito elevado (10 a 15 t/ha), cacho grande (entre 350 a 675 g.), cónico e compacto. O bago é pequeno e compacto com uma película medianamente grossa. É uma casta sensível ao vento antes da floração, a solos sem retenção de água, ao míldio, ao oídio, à escoriose, à cigarrinha verde e à traça no cacho mas resistente à antracnose.

Regiões de Maior Relevância e Expansão

A Arinto de Bucelas encontra-se muito disseminada em Portugal. A casta ocupava, em 2018, uma área total de 5394 hectares, correspondendo a cerca de 3% to total do encepamento.

Na região dos Vinhos Verdes a casta ocupava, em 2018, uma área total de 3430 hectares, assumindo particular importância nos concelhos de Amarante, Felgueiras, Celorico de Basto e Baião.

No Alentejo, a casta está instalada em 763 hectares (2018), sendo a terceira mais plantada na região ocupando cerca 16% da área total.

Na região de Lisboa, a casta ocupava 464 hectares (2018) e na denominação de origem de Bucelas, a casta encontra-se implantada em cerca de 160 hectares (2019).

Na região da Beira Interior, a casta estava instalada em 271 hectares (2018).

Credits: vinetowinecircle

Parentalidade

A análise ao DNA revela que a casta Arinto Roxo é uma mutação de cor da Arinto de Bucelas.

Notas de Prova

O vinho caracteriza-se por uma cor que pode variar entre o amarelo-esverdeado quando jovem até ao amarelo palha após alguns anos de evolução em garrafa. Os aromas são ricos e podem variar entre os cítrinos (maçã madura e pera) e os florais. O sabor é fresco, harmonioso e persistente

Fontes

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.